Portugal está a progredir mais rapidamente do que a média europeia, no índice de Igualdade Género, revela o estudo do EIGE (Instituto Europeu para a Igualdade de Género), recentemente publicado. Damos conta do desempenho do país na área do conhecimento.
16-11-2020
No Índice da Igualdade de Género de 2020 do EIGE (Instituto Europeu para a Igualdade de Género), Portugal ocupa o 16.º lugar no ranking. Em 2015 estava na 21.ª posição, o que significa uma subida de 5 lugares.
O Índice cobre uma gama de indicadores nas áreas de trabalho, rendimentos, conhecimento, tempo, poder e saúde. Integra também dois domínios adicionais e que se cruzam entre si: violência e desigualdades.
O foco temático do Índice deste ano é a digitalização e a forma como está a moldar o futuro do trabalho para mulheres e homens. Inclui um balanço de pesquisas recentes para avaliar as oportunidades, riscos e desafios para a igualdade de género no mundo do trabalho, trazidos pela digitalização.
O índice de igualdade de género português ronda os 61,7% face aos 67,9% verificados na União Europeia (UE). No domínio do conhecimento, que mede as desigualdades de género no desempenho educacional, na participação na educação e formação ao longo da vida e na segregação de género, o índice de Portugal situa-se nos 55,3% abaixo dos 63,6% na UE, o que demonstra o ainda caminho a percorrer rumo à igualdade de género na Educação, apesar dos avanços dos últimos anos. Destaca-se a persistente segregação por género na educação e profissões, em que, por exemplo, as mulheres representam apenas 15,7% dos técnicos e 18,6% dos diplomados nas Tecnologias de Informação e Comunicação. Este desequilíbrio torna-se particularmente gravoso no atual contexto da acelerada digitalização gerada pela crise pandémica, pelo risco associado a sistemas de Inteligência Artificial baseados em algoritmos ou pelas novas formas de violência online contra as mulheres.
No caso das pessoas a participar em processos de educação formal ou não formal, encontramos em Portugal uma taxa de 15,5% de mulheres e de 15,8% de homens, muito próximas entre si e não muito longe da taxa da UE 28 de 16,2 e 17,2% respetivamente.
Quanto aos alunos graduados no ensino superior, as mulheres situam-se significativamente acima da média dos homens 21,7% para 15,3%, mas ainda distante da média europeia de 26,3% de mulheres e de 25,3% de homens. No entanto, a percentagem de mulheres em cursos superiores relacionados com educação, saúde e bem-estar, humanidades e artes é de 39,6% enquanto que os homens apenas 18,6% optam por essas áreas.
Para Portugal são destacadas as seguintes e consideráveis melhorias:
O nível de escolaridade superior está a aumentar tanto entre mulheres quanto entre homens, mas a um ritmo mais acelerado para as primeiras.
A representação feminina aumentou em cargos de administração nas grandes empresas.
A proporção de mulheres entre ministros e membros do parlamento aumentou.
Os aspetos menos favoráveis são os que se seguem:
Mais mulheres do que homens estudam educação, saúde e bem-estar, ou humanidades e artes, enquanto que se regista uma sobrerepresentação dos homens em áreas relacionadas designadamente com as engenharias.
As mulheres continuam a ganhar menos do que os homens. Entre as pessoas com escolaridade baixa, média e alta, as mulheres ganham 28%, 30% e 25% menos que os homens, respectivamente.
As mulheres têm muito mais probabilidade do que os homens de cozinhar e fazer tarefas domésticas todos os dias por, pelo menos, 1 hora. Esta disparidade de género é das maiores da UE.
Aceda aqui ao “Índice de Igualdade de Género 2020”
Fonte: EIGE (Instituto Europeu para a Igualdade de Género)