Um novo Estudo do Fórum Económico Mundial visa clarificar o que nos espera, globalmente, em termos de tecnologia relacionada com empregos e competências, nos próximos 5 anos. Apesar da incerteza que rodeia o assunto, o relatório consegue retirar conclusões baseadas na análise qualitativa e quantitativa dos dados recolhidos.
05-11-2020
A pergunta mais relevante para as empresas, governos e indivíduos não é até que ponto a automação e a diminuição do trabalho humano afetará os atuais números do emprego, mas como poderá o mercado de trabalho global encontrar condições para um novo equilíbrio na divisão de trabalho entre humanos, robôs e algoritmos.
Embora seja difícil estabelecer a longo prazo as consequências da pandemia em setores gravemente afetados, apoiar desde já os trabalhadores durante esta transição irá proteger o principal ativo de qualquer empresa bem como do país - o capital humano. Neste novo contexto, e pela primeira vez nos últimos anos, a criação de novos empregos é inferior à sua destruição, afetando especialmente os trabalhadores mais desfavorecidos. As empresas estão prontas para acelerar a digitalização dos processos de trabalho, aprendizagem, trabalho remoto, bem como a automação de tarefas. Este relatório identifica uma urgência crescente em apoiar a (re)qualificação dos trabalhadores e em identificar novas oportunidades no mercado de trabalho para os empregos do “amanhã”. A janela de oportunidade para requalificar trabalhadores é cada vez mais apertada. Os que permanecerão nas suas funções, e que precisarão de requalificação em competências essenciais, nos próximos 5 anos, estimam-se em 40% a 50%.
A (re)qualificação necessita de soluções alargadas para financiar as transições dos empregos que o atual contexto do mercado de trabalho exige num ritmo e escala sem precedentes. A pesquisa elaborada no âmbito deste estudo mostra que 66% das empresas acreditam que podem ter o retorno do investimento um ano depois da requalificação do funcionário médio. É preocupante, no entanto, que a pesquisa também revele que apenas 21% das empresas afirmem ser capazes de fazer uso de recursos públicos e apenas 12% e 8% colaboram entre empresas e dentro de indústrias, respetivamente.
Os desafios lançados pela COVID-19 e a transição digital em curso requerem inovação e investimento. Os líderes das políticas públicas devem ter em conta os grandes e duradouros dividendos que resultam do investimento no capital humano, no desenho das novas políticas. Os esforços devem ser concentrados para melhorar o acesso à (re)qualificação dos trabalhadores, para uma redistribuição do emprego e no sentido da massificação da educação digital.
No estudo considera-se que para enfrentar os atuais e substanciais desafios do mercado de trabalho, os governos devem procurar uma abordagem holística, criando ligações ativas e coordenadas entre promotores de educação e formação, trabalhadores e empregadores, garantindo eficácia na colaboração entre agências de emprego, governos regionais e nacionais. Esses esforços podem ser fortalecidos através da colaboração de várias partes interessadas: empresas, para apoiar a sua força de trabalho; governos dispostos a financiar a requalificação através de programas de educação e formação profissional contínua; empresas de serviços e de tecnologia que podem ajudar a mapear potenciais transições de empregos ou fornecer requalificação na área; sindicatos conscientes do impacto dessas transições sobre o bem-estar dos trabalhadores e organizações comunitárias que podem dar visibilidade à eficácia das novas medidas e antecipar pareceres sobre seu desenho.
Aceda aqui ao estudo integral.