O 'Education at a Glance 2017' realça a eficácia do ensino profissional para a conclusão do 12º ano, apesar de metade dos alunos que frequentam o ensino secundário reprovar pelo menos uma vez.
18-09-2017
O relatório anual da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE), que analisa o estado da educação nos países parceiros do organismo, salienta a aposta de Portugal no ensino profissional. Em 2015 esta via de ensino abrangia 45% dos alunos do ensino secundário - a meta do Governo para 2020 é de 55% -, possibilitando o aumento do número de graduados e promovendo uma forte ligação ao mercado de trabalho.
"Ao contrário de muitos países, o ensino profissional em Portugal é mais bem-sucedido em manter os formandos [na escola] até à graduação do que o ensino científico-humanístico. Enquanto 59% dos alunos no ensino científico-humanístico concluem o ensino secundário em cinco anos, a taxa no ensino profissional é de 64%", refere o relatório.
Quando são analisadas as retenções, metade dos alunos portugueses inscritos no ensino secundário não concluem este nível dentro do período de três anos, mantendo-se por isso um "desafio significativo" para Portugal, uma vez que a média nos países da OCDE que disponibilizam informação é de 68% de conclusão.
"De todos os países com dados disponíveis, Portugal tem a maior percentagem de alunos que abandonam o sistema de ensino sem concluírem o 12.º ano em cinco anos: 35%, que comparam com uma média de 21% na OCDE", pode ler-se.
Os responsáveis pelo relatório referem ainda que "se os atuais padrões se mantiverem, quase 90% da população mais jovem em Portugal deverá concluir o ensino secundário ao longo da vida".
Em Portugal ainda há 30% de população adulta que tem apenas o ensino primário.
Em 10 anos a taxa de licenciados aumentou 16%
Sobre o ensino superior, o "Education at a Glance 2017 revela que a percentagem de jovens adultos - 25-34 anos - com o ensino superior aumentou 16% desde 2005, atingindo os 35% em 2015. A meta europeia para 2020 é alcançar os 40% de diplomados.
O relatório revela ainda que 28% dos licenciados em Portugal concluem os seus estudos em áreas de ciências, tecnologias, engenharias e matemática, um indicador que coloca o país acima da média da OCDE (23%). Por outro lado, as Tecnologias de Informação e Comunicação (TIC) abrangem apenas 1% de licenciados, uma das taxas mais baixas da OCDE, que tem uma média de 4%.